quinta-feira, 24 de abril de 2008

Sobre silêncio e covardia

Carta ao que se esconde no silêncio e se ilumina em
pele de Swayer


Se te calas, o coração palpita em meu peito. Sim,
cabe no silêncio mais que em qualquer palavra.
Mas sou espelho de teu julgamento, sou também
filho de Aristóleles. E se me negas minha identidade,
seja por orgulho ou cautela, és também filho da covardia.
Ilegítimo mas ainda filho aos olhos dos que pouco podem ver.

Vejo por teus olhos. Sou por teu olhar.
Se te calas, desfaço-me. Volto à poeira no ar.


Nenhum comentário:

Arquivo do blog